Editorial 

Uma diretriz global 

Ao defendermos uma linha de conduta empresarial 
contrária a concessões de aumento real de salários de 
forma generalizada, estamos, na verdade, reforçando um 
posicionamento de preservação de uma série de princípios, 
cuja essência não podemos abrir mão. Ressalvamos, 
de imediato, que essa postura não vai contra o trabalhador. 
Ela baseia-se na realidade que deve cercar toda e 
qualquer decisão das empresas. 

Nesse sentido, é óbvio que a questão deve ser vista 
através do prisma econômico, político -e social. E, por 
qualquer um deles, acreditamos que os argumentos que 
sustentam nossa posição são válidos e, acima de tudo, 
justos e coerentes com a transformação por que passa o 
País. 

Que fique bem claro: nossa diretriz é global. Ao 
propormos um trabalho de conscientização do empresariado 
contra aumentos reais descabidos, teríamos de tomar 
como parâmetro a categoria como um todo. Assim 
sendo, as empresas que reúnam condições para conceder 
reajustes espontâneos, e fora do suportável pela média do 
segmento industrial, que o façam. Afinal, seria uma 
estultice interferir no poder de decisão (soberano) da 
diretoria da empresa. 

Esse nosso esforço, se analisa do ponto de vista 
econômico, respalda-se em fatos e, até mesmo, em perspectivas 
que a economia brasileira, depois de 5 meses da 
Reforma Econômica, já nos permite alinhar. 

O primeiro argumento, irrefutável, nos é dado pelo 
próprio Plano Cruzado. O congelamento de preços tem 

um objetivo primordial, que é o de estancar de vez com a 
inflação. Isso deve ser perseguido por todos. 

Vale lembrar que a correção de rumo feita pelo Governo, 
através das recentes medidas que visam, em última 
análise, reduzir o consumo, fortalece essa nossa posição. 
Cabe destacar que, independentemente da intervenção do 
Estado na Economia, com o objetivo de equilibrar oferta e 
demanda, nossa expectativa era no sentido de que a 
excitação da demanda não perduraria por muito mais 
tempo. Ora, e$se é uma aspecto que deve pesar na hora de 
se decidir pela concessão de aumentos reais de salários. 
Essa decisão pode ser política, pode ter um móvel social 
justo, mas não devemos perder de vista que ela tem um 
custo. E um custo que poderá inviabilizar a empresa, 
passada a euforia do mercado. 

Se esse ponto de vista vale para toda a indústria, em 
nosso caso particular, ele fica ainda mais evidente. Trabalhamos 
para uma gama enorme de setores e esses custos 
não poderiam ser facilmente repassados a terceiros. Insistimos: 
nossa visão deve abarcar toda a categoria. E, em 
face disso, recomendamos uma análise profunda antes de 
qualquer concessão fora de propósito. Não podemos nos 
esquecer que há acordos firmados e que eles devem ser 
respeitados, na medida do possível, para o bem da própria 
Democracia. 

Roberto Della Manna 
Presidente do Sindisuper 
Conselheiro da ABTS 

Indice 3
Expediente 7
Notícias 8
Editorial 14 
Reportagem 29 
Tratamento Térmico 36 
Segurança 38 
Pintura 40 
Galvanoplastia 43 
Eletrônica 46
Produtos 50 
Empresas 
Falando Nisso ... 

Tratamento de Superfície 
Orgão OficiaJ de Divulgação da Associação 
Brasileira de Tratamento de Superfície1ABTS). 
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1° Secretário: Alfredo Levy

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